Exposição ‘No Espaço entre Nós’ leva ao Museu da República uma
instalação interativa do escultor Helio Rodrigues. Uma obra em que os coautores
são adolescentes da favela e da classe média carioca que foram misturados pela
arte.
"'No
espaço entre nós' é uma instalação otimista, porque aponta para a possibilidade
de reduzir conflitos usando a arte como mediadora. Apesar de parecer muito
simples e para muitos uma ideia romântica, a força da linguagem artística para
tratar problemas sociais tão eminentes como os nossos, ainda é pouco explorada.
A arte aproxima, liga. Na verdade a arte salva porque se nutre e se fortalece
justamente com as diferenças”, diz Helio Rodrigues.
Há muitos anos trabalhando como artista e
como arte-educador respectivamente, recentemente Helio passou a integrar sua
arte às suas experiências arte-educacionais.
“Fui
motivado pela urgência criativa e pela presença da intolerância que venho
assistindo entre as crianças economicamente privilegiadas e as crianças e jovens
da periferia social.”
Depois de algum tempo coordenando
trabalhos arte-educacionais em espaços físicos e economicamente diferentes, ou
seja, crianças e adolescentes de favela ou crianças e adolescentes de classe
média, surgiu a necessidade de discutir com alguns jovens representantes desses
dois grupos, esse grande vazio existente entre eles; um vazio que é quase
sempre promotor da intolerância e até da violência. Para promover essa
discussão, a palavra foi substituída pela arte. Uma experiência que resultou em
um importante diálogo além de ricas reflexões para esses jovens.
Todo o processo até chegar à exposição foi
desenvolvido durante alguns meses por uma equipe de arte-educadores e de
adolescentes voluntários que tiveram como ponto de partida o desafio de
pensarem e agirem artisticamente a partir das seguintes questões:
- Como
eu trato as distâncias (sociais, econômicas etc.) que nos separam?
- O
que pode me aproximar de um “outro” aparentemente tão diferente de mim?
-
Como eu posso pensar ou solucionar com arte o espaço vazio que existe entre
nós?
Com o apoio de suas imagens físicas
transformadas em sombras (com o auxílio do teatro chinês) e também de tintas,
bastões, papéis... esses jovens foram provocados a trazerem suas ideias e
torna-las expressão fazendo uso desses recursos.
A proposta de se tornarem todos sombras,
fez com que eles abandonassem suas imagens exteriores, em geral tão conectadas
às suas identidades sociais, para assim buscarem expressão unicamente na
linguagem artística.
Os jovens dos dois grupos, com idades
entre 12 e 15 anos foram misturados para compor as 36 mandalas expostas em
movimento pela animação criada por Marcos Magalhães e sonorizadas por
depoimentos dos participantes que foram filmados por Mauricio Salles.
Até o momento, os dois grupos não se
conhecem e só se encontrarão dentro do espaço expositivo do Museu em uma pré
inauguração reservada às vésperas da abertura da mostra, dia também reservado
para a imprensa. (ver data abaixo)
Além da instalação com forte apelo
audiovisual, o público poderá também interagir, produzindo soluções com
réplicas reduzidas em sombras imantadas que se movimentam sobre caixas de luz e
materiais de arte que estarão disponíveis.
Os trabalhos criados irão para o Facebook
da mostra, e os visitantes poderão guardar e compartilhar suas criações, com a
hashtag #noespacoentrenos.
Depois de alguns meses de desenvolvimento
desse trabalho, a exposição: No Espaço entre Nós, chega ao Museu da República
onde ficará exposta ao público a partir do dia 6 de agosto.
Serviço:
Exposição ‘No espaço entre nós’ – Instalação de Helio Rodrigues
Abertura
da exposição reservada para o encontro dos jovens participantes e imprensa:
Dia 4 de agosto entre 14:00 e 15:30 H.
Exposição ao público: De 6 de agosto a 4 de setembro de 2016
Funcionamento: Quinta e sexta-feira, das 11h às 17h. Sábado e domingo: das 12h às 18h
Museu
da República. Sala de Arte-Educação. Rua do Catete, 153 – Catete. Telefone:
2127-0324
Classificação
livre
Grátis
Sobre Helio Rodrigues:
Artista plástico e arte-educador, Helio
nasceu no Rio de Janeiro em 1949. Iniciou sua carreira profissional em 1968, no
Brasil. Expõe regularmente na Bélgica, Alemanha e EUA desde 1986. Participa de
bienais e feiras de arte desde 1980. Em 1971, passou a ministrar o Curso para
Formação de arte-educadores (FORMAE). De 1980 até hoje, atua como consultor
para conteúdos arte-educacionais em escolas. Desde 2007, integra a equipe
acadêmica do Instituto PróSaber, como professor de arte-educação e a de profissionais
do Baalaka-Centro de arteterapia. Coordena o projeto social Eu Sou, que tem
como objetivo reconstruir através da arte a identidade de jovens moradores de
comunidades de risco. No Jacarezinho, as oficinas do projeto começaram a
acontecer em 2006, com patrocínio da empresa Farmoquímica.
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